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domingo, outubro 5, 2025

Quanto é necessário ganhar para financiar um imóvel de R$ 500 mil?

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Segundo as regras vigentes da Caixa Econômica Federal, quem busca crédito imobiliário deve oferecer, no mínimo, 30% ou 50% de entrada, a depender do sistema de amortização adotado.

Adquirir um imóvel continua sendo um dos grandes projetos financeiros do brasileiro. Mas a dúvida central permanece: qual deve ser a renda mensal para viabilizar o financiamento de um imóvel de R$ 500 mil?

Para responder a essa questão, o especialista em investimentos e matemático Guylherme Mattos realizou simulações considerando um prazo de 30 anos.

Regras atuais da Caixa

Antes de avançar para os cálculos, é importante ter clareza sobre dois pontos:

  • É necessário oferecer 30% ou 50% de entrada, dependendo do sistema de amortização.
  • As parcelas não podem ultrapassar 30% da renda familiar.

Principais sistemas de amortizaçãoa

No Brasil, dois modelos predominam no crédito imobiliário:

Sistema de Amortização Constante (SAC)

  • Entrada mínima: 30%
  • Como funciona: a amortização é constante em todas as parcelas, mas os juros incidem sobre o saldo devedor, que diminui ao longo do tempo. Isso faz com que as primeiras prestações sejam mais elevadas, reduzindo gradualmente.

Simulação SAC (imóvel de R$ 500 mil):

  • Entrada: R$ 150.000
  • Valor financiado: R$ 350.000
  • Parcela inicial: R$ 4.027,22
  • Renda mínima exigida: R$ 13.423
  • Valor total pago: R$ 901.807

Tabela Price (Sistema Francês)

  • Entrada mínima: 50%
  • Como funciona: as parcelas têm valor fixo durante todo o contrato. Inicialmente, a maior parte do pagamento cobre juros; ao longo do tempo, a proporção se inverte e a amortização ganha peso.

Simulação Price (imóvel de R$ 500 mil):

  • Entrada: R$ 250.000
  • Valor financiado: R$ 250.000
  • Parcela fixa: R$ 2.368,53
  • Renda mínima exigida: R$ 7.895,10
  • Valor total pago: R$ 852.670,99

Cuidados ao assumir um financiamento imobiliário

Segundo Lucas Dezordi, economista e professor da Escola de Negócios da PUCPR, a primeira condição para assumir um contrato de longo prazo é ter segurança quanto à estabilidade da renda.

“O principal erro é comprometer-se em um financiamento de 15 a 20 anos sem ter garantias sobre a regularidade da renda, o que pode levar à inadimplência. Além disso, não se deve destinar mais de 30% da renda mensal ao contrato”, afirma o especialista.

Dezordi recomenda ainda atenção a outros fatores:

  • Avaliar se o financiamento é pós-fixado, sobretudo em um cenário de juros em queda.
  • Investigar a solidez da incorporadora ou imobiliária.
  • Mapear custos adicionais do imóvel, como condomínio, IPTU e eventuais reformas.

Compreender os diferentes modelos de financiamento, calcular o impacto das parcelas no orçamento e avaliar a previsibilidade da renda são passos fundamentais para transformar o sonho da casa própria em uma decisão financeiramente sustentável.

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