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domingo, outubro 5, 2025

Uso excessivo de telas na infância é associado a riscos cardíacos, aponta nova pesquisa

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Estudo revela correlação entre tempo de exposição a dispositivos eletrônicos e aumento de marcadores cardiometabólicos em crianças e adolescentes

A exposição prolongada a dispositivos eletrônicos está cada vez mais associada a efeitos adversos sobre a saúde física de crianças e adolescentes. Uma nova pesquisa, publicada na Journal of the American Heart Association, identificou que o tempo excessivo de tela contribui para o aumento de riscos cardiometabólicos entre jovens — incluindo pressão alta, colesterol elevado e resistência à insulina.

O estudo analisou dados de mais de mil participantes provenientes de dois levantamentos conduzidos na Dinamarca. Para mensurar o impacto, os pesquisadores atribuíram a cada criança um escore de risco com base em variáveis como pressão arterial, glicemia e circunferência abdominal, e o compararam à média do grupo etário.

Os resultados indicam que, a cada hora adicional diante de uma tela, o risco cardiometabólico aumentou em 0,08 desvios padrão entre crianças de 10 anos e em 0,13 desvios padrão entre adolescentes de 18 anos. Os dados evidenciam a relação entre sedentarismo digital e comprometimento precoce da saúde cardiovascular.

Impacto do sono na equação

A pesquisa também demonstrou que a qualidade do sono exerce papel relevante nessa equação. Horários de dormir mais tardios e menor duração de descanso potencializam os efeitos negativos do tempo de tela sobre o organismo.

De acordo com os dados, adolescentes passam, em média, seis horas por dia em dispositivos eletrônicos. Entre as crianças de 10 anos, a média é de três horas diárias. Esse tempo em frente às telas compromete atividades fundamentais para o bem-estar físico, como o sono e a prática de exercícios.

Recomendações para famílias

Para mitigar os riscos identificados, os pesquisadores recomendam a limitação do tempo de tela desde a infância. O autor principal do estudo, David Horner, destaca a importância de criar rotinas equilibradas e estabelecer zonas livres de tecnologia no ambiente doméstico — locais onde o uso de dispositivos é restrito ou desencorajado.

Essas estratégias visam proteger o desenvolvimento saudável dos jovens, favorecendo hábitos que priorizam o descanso adequado, a interação presencial e a prática de atividades físicas.

Políticas públicas e ações institucionais

Nos Estados Unidos, a preocupação com os impactos do tempo de tela já se reflete em ações regulatórias. Mais da metade dos estados norte-americanos adotaram restrições ao uso de celulares em escolas. Em 2023, o cirurgião-geral dos EUA recomendou aos pais o estabelecimento de limites claros para o uso de tecnologia em casa, reforçando a importância de ambientes propícios ao desenvolvimento físico e emocional das crianças.

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