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segunda-feira, outubro 6, 2025

Onde investir na renda fixa em 2025: estratégias, títulos e perspectivas

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Com juros ainda elevados e maior aversão ao risco, o ano de 2025 se desenha como um terreno fértil para investidores que buscam previsibilidade e retornos reais atrativos na renda fixa. Mas, para capturar o melhor desse cenário, será necessário ir além da cautela e adotar uma postura estratégica.

O ambiente macroeconômico no início de 2025 favorece a alocação em títulos de renda fixa, especialmente os públicos, que continuam oferecendo juros reais elevados. No segmento de crédito privado, o prêmio em relação ao Tesouro Direto vem aumentando gradualmente, à medida que os spreads — que se alargaram no fim de 2024 — passam por um movimento técnico de correção.

Flexibilidade e visão de longo prazo: os diferenciais do investidor em 2025

Para Sharon Halpern, sócia da Blackbird Investimentos, dois atributos serão fundamentais para navegar este ciclo com consistência: flexibilidade e visão estratégica de longo prazo.

“A capacidade de ajustar rapidamente o portfólio frente a mudanças no cenário macroeconômico será decisiva, assim como a leitura de horizontes maiores, que permite capturar prêmios mais robustos”, afirma Halpern.

Especialistas ouvidos pelo InfoMoney reforçam que a rentabilidade dos títulos pode perder força no segundo semestre. Hoje, papéis indexados ao IPCA oferecem taxas superiores a 7,50% ao ano — patamar difícil de ser mantido.

“Se for possível, posicione-se agora. As boas oportunidades tendem a diminuir ao longo do ano, principalmente para investidores conservadores”, recomenda Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP.

Crédito privado: análise criteriosa é indispensável

No campo do crédito privado — que abrange debêntures, CRIs e CRAs — a seletividade será ainda mais importante em 2025. A gerente institucional da Bloxs, Sophia Annicchino, sugere atenção redobrada aos fundamentos das empresas emissoras:

“Mesmo em setores pressionados pela Selic elevada, é possível identificar empresas que se destacam frente aos seus pares. O olhar para os balanços é essencial.”

A compressão de spreads não eliminou as oportunidades. Muitas emissoras vêm oferecendo contrapartidas importantes, como garantias adicionais, amortização concentrada no vencimento e cláusulas de proteção contra risco.

Camilla Dolle, head de renda fixa da XP, alerta: com o juro alto pressionando o custo da dívida, empresas mais alavancadas exigem análise aprofundada.

“É necessário avaliar cada setor e emissor com cuidado. Há diferentes níveis de qualidade mesmo dentro do mesmo segmento”, pontua.

“É necessário avaliar cada setor e emissor com cuidado. Há diferentes níveis de qualidade mesmo dentro do mesmo segmento”, pontua.

Títulos mais promissores: inflação, pós-fixados e prefixados

Entre os ativos mais indicados para este ano, os títulos indexados à inflação seguem em evidência. O banco Inter destaca os papéis com vencimento em 2045 como uma excelente oportunidade de longo prazo. Apesar da volatilidade de curto prazo provocada pela marcação a mercado, a remuneração real próxima de 7% é vista como altamente competitiva.

Já os pós-fixados — como Tesouro Selic e CDBs atrelados ao CDI — mantêm sua atratividade. Segundo Patzlaff, títulos que pagam 120% do CDI, com vencimentos entre um e dois anos, oferecem uma excelente relação entre risco e retorno.

Sharon Halpern faz um alerta: CDBs que remuneram abaixo de 100% do CDI não são interessantes no cenário atual, considerando que o Tesouro Selic, com menor risco, já entrega esse rendimento. Em casos de instituições menores, ela recomenda respeitar o limite de R$ 250 mil por emissor, coberto pelo FGC.

E os prefixados? Espaço limitado, mas estratégico

Com taxas elevadas, os títulos prefixados também têm espaço nas carteiras, embora de forma moderada. O Inter recomenda alocações pontuais, com no máximo 5% da carteira, priorizando vencimentos mais curtos — entre 12 e 18 meses — onde as taxas estão mais atrativas.

FIDCs ganham tração entre investidores qualificados

Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), direcionados a investidores qualificados (com mais de R$ 1 milhão em aplicações), também devem ganhar destaque em 2025.

Ângelo Belitardo, gestor da Hike Capital, sugere atenção aos fundos com baixo risco de crédito e subordinação mínima de 20%. Com a expectativa de que a Selic ultrapasse os 14,25% no ano, o retorno dessa classe pode ultrapassar 16%.

Conclusão: oportunidade exige sofisticação na escolha

A renda fixa em 2025 promete entregar retorno expressivo — mas não de forma automática. Como resume Camilla Dolle, da XP:

“É um ano de boas oportunidades, mas que exige seletividade e cautela, além de flexibilidade e visão de longo prazo.”

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