Nos últimos anos, a crescente digitalização do mercado financeiro tem impulsionado o interesse por instrumentos de investimento alternativos. Entre eles, destacam-se os mercados de Forex (Foreign Exchange) e CFDs (Contracts for Difference), amplamente promovidos na internet com a promessa de retornos acelerados.

Contudo, apesar da atratividade inicial, esses instrumentos carregam riscos elevados — e, no Brasil, operam à margem da legalidade.
Entenda o que são CFDs e Forex

Os Contratos por Diferença (CFDs) são instrumentos derivativos que permitem ao investidor especular sobre a variação de preços de ativos diversos — como moedas, commodities, índices e ações — sem, necessariamente, adquirir o ativo subjacente.
Já o Forex, ou mercado de câmbio, consiste na negociação de pares de moedas, como o dólar e o euro. O investidor aposta na valorização ou desvalorização relativa entre essas moedas, movimentando o capital com base em oscilações cambiais.
Apesar da dinâmica atrativa, essas operações não se assemelham aos investimentos tradicionais. Elas são, por natureza, altamente voláteis e frequentemente associadas ao uso de alavancagem, mecanismo que multiplica a exposição do investidor, elevando significativamente o risco.
A ilegalidade dessas operações no Brasil
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) — responsável por regulamentar e supervisionar o mercado de capitais brasileiro — afirma que qualquer empresa que deseje captar investidores no país deve obter autorização prévia do órgão regulador.
No entanto, nenhuma instituição estrangeira possui permissão para ofertar operações com CFDs ou Forex ao público brasileiro. Isso significa que essas atividades, quando direcionadas a investidores locais, configuram-se como ilegais.
Muitas dessas ofertas são disfarçadas por estratégias digitais sofisticadas: sites em português, anúncios em redes sociais e até parcerias com influenciadores digitais contribuem para criar a falsa impressão de legitimidade. Ainda assim, a CVM é enfática ao afirmar que a atuação online não exime essas empresas da obrigação de cumprir a legislação nacional.
Riscos elevados e promessas enganosas
A CVM reforça que promessas de lucro fácil e rápido costumam ocultar operações arriscadas e potencialmente fraudulentas. O alerta é claro: quanto maior o retorno prometido, maior o risco envolvido — especialmente em operações alavancadas.
Por isso, o investidor deve redobrar a atenção antes de alocar recursos em produtos que não estejam sob supervisão da autarquia.
Recomendações da CVM para investidores
Para preservar seu patrimônio e evitar golpes financeiros, a CVM orienta:
- Verificar o registro da instituição junto à CVM antes de realizar qualquer aporte;
- Evitar ofertas que envolvam CFDs e Forex, já que não são autorizadas no Brasil;
- Consultar a lista pública de alertas da CVM, que reúne nomes de instituições não autorizadas e casos de irregularidades;
- Em caso de suspeita, denunciar a prática irregular diretamente à Comissão.
O mercado de capitais brasileiro oferece alternativas seguras e regulamentadas para investidores interessados em derivativos, especialmente por meio da B3, a bolsa de valores do Brasil. O acesso a esses instrumentos é viável e ocorre dentro de um ambiente legalmente estruturado.